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Competitividade é o desafio para 2025

27 jan 2025

Competitividade é o desafio para 2025

*Por Mateus Mesquita Inacio

A indústria brasileira de Nãotecidos e Tecidos Técnicos é um dos pilares da economia nacional, impulsionando e apoiando o desenvolvimento sustentável de importantes cadeia produtivas, como a automotiva, a da construção e infraestrutura, higiene pessoal, médico hospitalar, agro e outras. São mais de 100 indústrias no país que empregam 17 mil pessoas e produzem mais de 300 mil toneladas/ano.

Trata-se de uma indústria que, nos últimos cinco anos, investiu mais de R$ 600 milhões em ampliação de capacidade e desenvolvimento de inovações para atender a esses setores estratégicos da economia brasileira. Ainda assim, 2024 não foi um ano de crescimento para essa cadeia produtiva.

Além das instabilidades globais, como tensões geopolíticas e instabilidade econômica e dos já conhecidos e esperados desafios que o Custo Brasil proporciona - entre eles a variação cambial, a dificuldade de acesso ao crédito e a defasagem de infraestrutura logística, a burocracia em torno de importação de maquinário e equipamentos que impactam diretamente investimentos em tecnologia e inovação -, a cadeia de valor dos Nãotecidos e Tecidos Técnicos também se deparou com o agravamento da concorrência desleal de produtos importados, além da alta no valor das matérias primas. Em 2024, observamos também o aumento nas importações de produtos acabados, o que impacta não somente a nossa indústria, mas toda a cadeia.

São questões que, além de impactarem diretamente no valor do produto acabado e na economia como um todo, impedem que a indústria Nãotecidos e Tecidos Técnicos possa recuperar o valor de seus investimentos e seguir em busca de inovações e competitividade.

Neste cenário, a Associação Brasileira das Indústrias de Nãotecido e Tecidos Técnicos (ABINT) e seus comitês, o CTG (Comitê Técnico de Geossintéticos) e o CTH (Comitê Técnico Médico-Hospitalar), têm desempenhado papel imprescindível no apoio ao desenvolvimento da indústria nacional.

A ABINT tem atuado em importantes pleitos de defesa comercial. O estreitamento das relações entre a indústria dos Nãotecidos e Tecidos Técnicos com setores governamentais de comércio exterior e a contestação da elevação de impostos de importação (investigação antidumping sobre importações brasileiras de fibras de poliéster, originárias de China, Índia, Malásia, Tailândia e Vietnã; e inclusão na Lista de Desequilíbrios Comerciais Conjunturais das matérias-primas polipropileno, copolimero de polipropileno, PEAD e PVC-S) foram algumas das ações encampadas pela ABINT.

A ABINT e seus Comitês realizam um trabalho árduo de divulgação da qualidade e dos benefícios dos Nãotecidos e Tecidos Técnicos nas diversas aplicações, de profissionalização da mão-de-obra e na difusão da qualidade em produção e instalação. Exemplos disso foram a realização, as participações e apoio a eventos como o Curso de Instalação de Geomembranas do CTG, no Instituto Mauá de Tecnologia, a feira de saúde HospitalMED 2024 e as inúmeras edições do Curso sobre a Tecnologia dos Nãotecidos, realizadas pela entidade ao longo do ano, além de cursos “in company” em diversas empresas, associadas ou não.

Ainda assim, o ano que se inicia não traz boas perspectivas ao setor. Para garantir a manutenção e a qualidade do abastecimento local de produtos fundamentais para a saúde, segurança e conveniência dos brasileiros; a competitividade da indústria local por meio da modernização da sua base de ativos; e o impacto disso em termos de empregos e pagamento de tributos, em função da natureza altamente formalizada da nossa indústria, é preciso que os olhares se voltem à competitividade.

A ABINT segue no embate contra pleitos que pretendem elevar a taxação de resinas e fibras, prejudicando toda a cadeia produtiva brasileira. Também segue atenta às movimentações nas negociações de vários acordos comerciais, como com a União Europeia e países do Oriente Médio, que pretendem desagravar a tarifa de importação de produtos acabados. Também manterá o foco na regulamentação dos Nãotecidos e Tecidos Técnicos junto às agências reguladoras, agregando valor e trazendo diferencial competitivo aos produtos nacionais.

Porém, a entidade espera que os olhares dos setores governamentais ligados à indústria e ao desenvolvimento também estejam atentos para apoiar toda essa cadeia de valor. Além da ABINT, seus parceiros de jornada, construídos ao longo de vários anos por meio de ações que ligam interesses compartilhados dos segmentos que representam, entre eles a Abit, Abiplast, Abrafiltros, FIESP/CIESP, Senai, IGS Brasil, ABMS, AESabesp, SOBECC, e outros, estarão presentes nesses desafios de fomentar o desenvolvimento socioeconômico do país.

Se hoje a ABINT se constitui em uma força importante, ganhando robustez e elevando a visibilidade da indústria nacional de Nãotecidos e Tecidos Técnicos a patamares sem precedentes, é porque conta com alianças fortalecidas e uma base sólida para promover o desenvolvimento de nossa indústria rumo a um futuro mais sustentável. Contamos com a participação ativa e colaborativa de todos os nossos associados nesta jornada. Juntos, estamos trilhando um caminho de inovação, responsabilidade e crescimento sustentável!

*Mateus Mesquita Inacio é presidente da ABINT

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